sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

O Lago Místico - Kristin Hannan

Desde que vi Kristin Hannah ser descrita como "A versão feminina de Nicholas Sparks", fiquei curiosa para ler algum de seus livros.  Fã de Sparks e de um bom romance dramático, esperava um livro com uma boa dose de sentimentalismo, muito amor e lágrimas. Optei então por começar por "O lago místico", por me identificar com a sinopse e vejo que não poderia ter escolhido livro melhor. 

É um livro sobre perda. Sobre perder entes queridos, perder um grande amor, perder as esperanças e a vontade de viver. Mas é, acima de tudo, um livro sobre superação. Sobre encontrar forças para recomeçar e para fazer o bem à alguém mesmo quando por dentro estamos destruídos. 

Conhecemos, num primeiro momento, a história de Annie. Mãe e esposa perfeita, dedicou sua vida inteira em função  do marido e filha. Abdicou carreira e sonhos em função de cuidar dos dois, motivo pelo qual se vê completamente sem rumo quando a filha vai para a faculdade e o marido pede o divórcio alegando estar  apaixonado por outra.

Depressiva e sem chão, ela resolve então partir para a cidade de Mystic, um pequeno lugarzinho no interior onde nasceu e cresceu. Lá terá o conforto de seu amado pai e buscará encontrar  a paz e cura para seu coração partido fazendo o que sempre soube fazer de melhor: cuidar dos outros. 

É nesse momento que ela descobre um fato que a deixa ainda mais abalada: sua melhor amiga de infância, Kathy, morreu de forma trágica, deixando seu marido Nick e a filhinha Izzi completamente devastados. Quando mais jovens, Kathy, Annie e Nick eram inseparáveis e apesar de terem perdido contato quando Annie se mudou, ela se vê na obrigação de apoiar Nick nesse momento tão difícil.

Chegando lá, ela encontra um homem muito diferente do Nick que conhecia: agora ele é um policial amargurado pelas inúmeras perdas que sofreu, pelos fantasmas do passado e por não se sentir capaz de consolar e ajudar a própria filha a lidar com a perda da mãe. Nick se afunda cada vez mais no alcoolismo e a pequena Izzie, de apenas seis anos, está completamente traumatizada pelo que aconteceu com sua família.

O livro inteiro é maravilhoso, mas "a cereja do bolo" certamente é Izzie. É impossível ler e não se sentir completamente tocada pela fragilidade e doçura dessa criança. A menininha perdeu sua mãe de uma forma muito dolorosa e viu seu pai, que até então era seu herói, se perder na própria dor. Sentindo-se sozinha e completamente abandonada, Izzie insiste que está desaparecendo: primeiro, para de falar completamente, depois vai parando de usar suas mãozinhas, cobrindo-as com luvas tão escuras quanto está seu coração. Ela para de ir à escola, de sorrir, e sempre tem pesadelos que a assustam e deprimem, mas não tem mais com quem contar, pois seu pai também não consegue lidar com a perda.

Annie começa então a investir todos seus esforços em ajudar essa família, ajudando à si mesma também e curando suas próprias feridas. O que ela mal pode esperar é que o destino ainda lhe revela algumas surpresas que poderão mudar para sempre sua vida e o que sabe sobre si mesma.

"O lago místico" é uma história bonita do início ao fim, profundamente sentimental, dramática, mas também cheia de lições sobre amor e superação. É um prato cheio para os fãs de Sparks, visto que a narrativa e estilo realmente são bem semelhantes, com o diferencial que Hannah é um pouco mais otimista.

Sobretudo, "O lago místico" trás uma linda mensagem sobre encontrar novos caminhos, novas razões para ser feliz quando tudo está perdido. Ensina a importância de uma família, de amar e ajudar o próximo e sobre como fazer o bem à alguém pode curar também a nós mesmos.

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