quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Uma carta de amor - Nicholas Sparks

Escrever sobre Sparks é sempre uma tarefa difícil, visto meu amor incondicional pelo autor. Eu procuro as palavras certas e todas elas parecem pouco para definir a maestria com que ele escreve e o amor puro e verdadeiro que é capaz de, com suas histórias, nos fazer acreditar. Com "Uma carta de amor" não foi diferente.

Esse é, provavelmente, um dos livros mais românticos do autor. Um romantismo clássico, do tipo que infelizmente têm sido esquecido. Isso já fica nítido pela forma como os protagonistas se encontram: através de uma carta de amor jogada no mar dentro de uma garrafa.

Antes disso, Theresa Osborne havia passado por um casamento onde amou e foi traída, o que a fez desacreditar do amor. Ela viveu então dedicada ao seu trabalho como colunista e seguiu a vida com praticidade e obstinação, sem se envolver seriamente com ninguém.

Porém, em suas férias, Theresa resolve fazer uma viagem para Cape Cod, onde ao passear pela praia, encontra uma garrafa com uma carta dentro. Curiosa pelo fato inusitado, a colunista resolve ler o conteúdo, achando tratar-se de algo muito antigo e, sem dúvidas, demasiadamente romântico.

Ao ler do que se trata, as certezas de Theresa á respeito da essência da carta só aumentam: trata-se de um texto apaixonado de um homem que aparentemente sofre muito com a perda de sua amada. Entretanto, é nítido que não se trata de um documento tão antigo quanto esperava, o que instiga ainda mais a curiosidade de Theresa. "Que tipo de homem ainda escreve cartas de amor, as coloca em uma garrafa e atira no mar?".

Motivada pela curiosidade, Theresa publica a carta no jornal em que trabalha e logo outras pessoas entram em contato com mais informações à respeito e outras cartas aparentemente do mesmo homem. E então Theresa, cada vez mais encantada com as lindas palavras do homem misterioso, parte em sua busca... E encontra Garret, um viúvo solitário que nunca superou a perda de sua esposa Katherine.

A partir daí, temos mais do mesmo, em parte. Todos os elementos típicos dos livros de Sparks estão presentes: muito romantismo, muita paixão, uma história de amor inesquecível, um final que despedaça nosso coração. Contudo, não concordo que, como muitos dizem, os livros de Nicholas sejam iguais uns ao outro, como muitos falam. O livro é maravilhoso em todos os aspectos e o autor tem o dom de inserir em suas histórias valores esquecidos, sentimentos raros e uma profundidade sem igual. Trata-se de um estilo inigualável, onde é impossível ler sem se emocionar. São livros para serem apreciados por românticos incorrigíveis e amantes das tragédias de amor. Se você não for nenhum dos dois, certamente não apreciará a obra em toda sua extensão.

O livro ganhou uma adaptação cinematográfica, estrelada por Kevin Costner e Robin Wright, que souberam interpretar com destreza os personagens principais, mantendo toda a essência da obra. Ele se assemelha com "Noites de tormenta", outra obra do autor que também trás protagonistas mais maduros que sofrem com mágoas passadas. Entretanto, em "A última carta de amor", temos  a perda como o tema principal e ficam nítidas as reflexões acerca da forma como as pessoas lidam com isso.  Enfim, é uma obra belíssima, carregada de dor, profundidade, e, sobretudo, muito amor. 

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